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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Comentário da Quinta Feira Santa com Diógenes Guedes

TRÍDUO PASCAL – 5ª FEIRA SANTA – CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR OU LAVA – PÉS – Cor litúrgica – Branco.

“O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor!”

1ª Leitura – Êxodo 12, 1-8. 11-14.

Salmo Responsorial – Salmo 115.

2ª Leitura – 1 Coríntios 11, 23-16.

Evangelho – João 13, 1-15.

Com a Celebração da 5ª feira Santa, chamada Ceia do Senhor ou como popularmente muitos conhecem o Lava-pés iniciamos na Igreja o chamado Tríduo Pascal, ou seja, os três dias dedicados a meditação e a vivência da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Nesta celebração a igreja se põe em festa celebrando a ceia do Senhor, podendo utilizar um ambiente bem bonito, agradável e festivo em nossas comunidades. A cor litúrgica das vestes e adornos da igreja é o branco. Neste dia entoamos o Hino de Louvor (glória), podendo usar instrumentos mais harmoniosos e melodiosos expressando a alegria.

Também dando graças por nossos sacerdotes, pois é o dia em que se comemora a instituição da Eucaristia e dos Sacerdotes, dando bastante destaque a mesa eucarística e ao sacerdote que está como a pessoa de Jesus na comunidade cristã.

Na 1ª Leitura retirada do Livro do Êxodo, o Senhor fala a Moisés e a Aarão no Egito, que este será o primeiro dos meses, o primeiro do ano, devido a importância do que iriam celebrar.

Pedindo pra dizer a todas as famílias que no décimo dia deste mês instituído pelo Senhor tomassem um Cordeiro pra festejarem entre si. E este cordeiro deve ser macho, sem defeito ou mancha de um ano, o qual deve ser guardado até o dia catorze deste mês.

Assim sendo e chegando o dia ao cair da tarde toda a comunidade de Israel deverá imolar o cordeiro. Dessa forma e assim tomar um pouco de seu sangue e untar as portas nas casas a que comerem este cordeiro. Ainda ordena o Senhor comereis nesta mesma noite a carne assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.

E deverão assim comer com os rins cingidos, sandália aos pés e cajado na mão. Tudo isso porque é Páscoa, que quer dizer a passagem do Senhor! Naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei os primogênitos tantos dos homens como dos animais, infligindo assim castigos contra os deuses do Egito. Este sangue assim servirá de sinal, pois vendo este sinal o Senhor passaria adiante não ferindo seu povo com a praga exterminadora.

O Senhor ainda ordenou que sempre se celebrasse essa data em honra do Senhor, por todas as gerações como uma instituição perpétua.

Vemos aqui os relatos da mão e do poder do nosso Deus contra o faraó, e os egípcios na libertação do seu povo sofrido e oprimido pelas amarras da escravidão.

Celebrar e comemorar esta grande festa da Páscoa do Senhor, essa passagem da morte para a vida, da condição de escravos a liberdade dos filhos e filhas de Deus.

Povo este que sofreu muitos anos nas mãos do faraó o servindo e prestando-lhe reverências a ele e a seus falsos deuses.

O Cordeiro imolado e sem mancha hoje pra nós é Jesus, o Senhor, os pães ázimos pedido do Senhor pois não teriam tempo hábil pra amassar os pães fermentados para poder servi-los e as ervas amargas simbolizam o pranto, a dor deste povo sofrido, que chora e que espera por dias melhores com a libertação.

Tudo rápido como quis o Senhor, pois seria sua passagem pelo Egito, castigando faraó e os seus matando todos os primogênitos e sendo atingidos com a praga exterminadora pra Deus assim mostrar seu poder, seu braço forte e santo e poupando o seu povo amado com os sinais de sua imensa bondade e misericórdia para aqueles que o temem.

Festa nesta data onde o Senhor liberta o seu povo das amarras do mal o conduzindo a terra prometida e a nós também hoje festa ao Senhor que nos liberta do pecado e da morte eterna.

O Salmista no Salmo 115, um dos mais belos e expressivos de nossa liturgia: “o cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor”. Esse cálice sublime com o sangue do libertador é a nossa comunhão eterna com Jesus, o nosso salvador, aliança perene com o homem.

Na 2ª Leitura da Carta de São Paulo aos Coríntios, vemos o relato da santa Ceia do Senhor, esta nova aliança de amor com a humanidade inteira, o qual se cumpre em Jesus, que seu deu a nós sua carne verdadeira comida, seu sangue é verdadeira bebida.

É o que fazemos quando participamos de todas as Santas Missas renovamos e atualizamos a paixão, morte e ressurreição do Senhor, é orem expressa dele mesmo “Fazei isto em minha memória”. Pois assim estaremos proclamando o mandato do Senhor até que ele venha.

No Evangelho de São João, vemos um dos mais belos textos pois chega a festa da Páscoa e o Senhor já sabia de tudo o que aconteceria com ele e assim amou-os até o fim.

Os discípulos reunidos com Jesus tomando a ceia. Vendo e sabendo em seu coração de tudo Jesus o que aconteceria vendo Judas Iscariotes que o trairia e o entregaria, levanta-se da mesa tira seu manto e amarra uma toalha em sua cintura. Derramando água numa bacia começa a lavar os pés dos discípulos e os enxuga com esta toalha.

Chegando na hora de lavar os pés de Pedro ele não entende tal gesto e se recusa dizendo: “Senhor tu não lavarás os meus pés”. Jesus diz: “você não compreende o que estou fazendo agora, mas compreenderás e se não deixar eu lavar os teus pés não terás parte comigo”. Ai Pedro compreende tal gesto e diz: “Senhor não lave somente meus pés, lave também minhas mãos e cabeça”.

Diz Jesus: “Quem já se banhou não precisa lavar-se de novo, pois está limpo, mas nem todos”. Disse isso, pois já sabia quem iria lhe entregar estava ali.

Após tudo isso Jesus coloca seu manto e senta-se na cadeira, indagando os discípulos compreendeis o que fiz? Dizem que sou o mestre e Senhor e de fato sou, ide e fazeis o mesmo, pois vos dei meu exemplo.

Vemos aqui toda a beleza do mestre que serve que é humilde e que se abaixa pra ficar na altura de seu povo, olhando-o em seus olhos e servindo-os.

Jesus já disse em várias passagens eu vim para servir e não ser servido. Quem dentre vós quiser ser o maior seja o servo de todos.

O Rei, o Senhor e o Mestre também se fez servo do Pai e servo por amor pra resgatar os servos.

Nós será que servimos mais ou queremos ser mais servidos em nossa vida? Será que cumprimos este mandamento do Senhor que nos amemos uns aos outros assim como Ele, o Senhor, nos amou?

E como nós vemos e tratamos nossos sacerdotes hoje que comemoramos a instituição do sacerdócio, como sendo representante da pessoa de Jesus a nós? E qual o valor damos a Santa Eucaristia, Jesus presente em seu corpo, sangue, alma e divindade em nossas igrejas.

Que possamos também nós aprender com a humildade do Mestre Jesus e possamos assim lavar os pés dos nossos irmãos nas dificuldades da vida, consolando-os e prestando nossa ajuda os mais simples e necessitados.

Fiquem todos com Deus.

Abençoe-nos o Deus todo poderoso. Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo! Amém!

Diógenes Guedes.

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