Redação Portal A12
Com informações da Rádio Vaticano
Com informações da Rádio Vaticano
Mesmo com chuva milhares de
fiéis reuniram-se com o Papa Bento XVI para a tradicional Audiência Geral, em
Roma.
Em sua catequese, Bento XVI prosseguiu a meditação sobre a fé católica, propondo novas perguntas à nossa reflexão: a fé tem um caráter somente pessoal, individual? Vivo sozinho a minha fé?
O Pontífice afirmou que o ato
de fé é um ato pessoal, que acontece no íntimo mais profundo e que marca uma
mudança de direção, de rumo, uma conversão pessoal.
“O meu crer, todavia, não é o resultado de uma reflexão solitária, não é o produto do meu pensamento, mas o fruto de uma relação, de um diálogo; é a comunicação com Jesus que me faz sair do meu «eu», fechado em mim mesmo, para abrir-me ao amor de Deus Pai”, afirmou.
Durante sua reflexão, Bento XVI
ressaltou que não se pode construir a fé pessoal num diálogo privado com Jesus,
porque a fé nos é doada por Deus através de uma comunidade, que é a Igreja, e
me insere numa multidão de fiéis, numa comunhão que não é somente sociológica,
mas radicada no eterno amor de Deus.
“A nossa fé é realmente pessoal somente se for comunitária. A fé nasce na Igreja, conduz a ela e vive nela. É importante recordar isso”, disse o Papa.
Bento XVI lamentou a tendência,
muito comum hoje, de relegar a fé à esfera pessoal – o que contradiz sua
própria natureza. Ao invés, precisamos da Igreja para confirmar a nossa fé e
para fazer experiência dos dons de Deus: a sua Palavra, os Sacramentos, a ação
da graça e o testemunho de amor.
“Num mundo em que o individualismo parece regular as relações entre as pessoas, tornando-as sempre mais frágeis, a fé nos chama a ser Igreja, portadores do amor e da comunhão de Deus para todo o gênero humano.”
Após a catequese proferida em
italiano, Bento XVI saudou os grupos presentes na Praça em várias línguas.
Em inglês, o Pontífice
manifestou sua solidariedade às vítimas do furacão Sandy, que depois de causar
destruição no Caribe, devastou a costa leste dos Estados Unidos.
“Ofereço minhas orações pelas vítimas e manifesto minha solidariedade a todos os que estão comprometidos no trabalho de reconstrução”, disse.
Aos peregrinos de língua
portuguesa, o Papa disse: “Queridos irmãos e irmãs, a fé, dom de
Deus que transforma a nossa existência, não é uma realidade de caráter
exclusivamente individual. O meu crer, a minha fé, não é o resultado de uma
reflexão pessoal, mas o fruto de um diálogo com Jesus que se dá na comunidade
de fé que é a Igreja. De fato, desde o dia de Pentecostes, quando o Espírito
Santo desceu sobre os Apóstolos, a Igreja não cessa de cumprir a sua missão de
levar o Evangelho a todos os cantos da terra. A Igreja é o espaço da fé: o
espaço no qual, pelo batismo, nos inserimos no Mistério Pascal de Cristo,
entrando em comunhão com a Santíssima Trindade. Por isso, precisamos da Igreja
para ter a garantia que a nossa fé corresponde à mensagem originária de Cristo,
pregada pelos Apóstolos; precisamos da Igreja para poder fazer uma experiência
dos dons de Deus: da sua Palavra, dos Sacramentos, da ação da Graça e do seu
Amor. Quando o nosso “eu” entra no “nós” da Igreja, então fazemos a experiência
do comunhão com Deus, que funda a comunhão entre os homens.
Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os fiéis vindos de São Tomé e Príncipe e os grupos de brasileiros, de Imperatriz, Toledo e Guaxupé. Deixai-vos plasmar pela fé da Igreja, pois esta, apesar das dificuldades, fará de vós janelas abertas para a luz Deus, de modo que a recebendo, possais transmiti-la ao mundo. Obrigado pela vossa presença!”.
Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, especialmente os fiéis vindos de São Tomé e Príncipe e os grupos de brasileiros, de Imperatriz, Toledo e Guaxupé. Deixai-vos plasmar pela fé da Igreja, pois esta, apesar das dificuldades, fará de vós janelas abertas para a luz Deus, de modo que a recebendo, possais transmiti-la ao mundo. Obrigado pela vossa presença!”.
Foto: Arquivo/Santuário Nacional
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