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segunda-feira, 7 de março de 2011

O combate pela coroa da salvação

Vivemos num tempo de hostilidades em que a fé sofre ataques

Na Segunda Carta de Timóteo nós encontramos esta exortação “O soldado de Cristo, combate pela coroa da Salvação”. (II Tm 1, 6-14), que se apresenta profundamente pessoal e vivaz.

Paulo oferece o seu exemplo, recordando o seu ministério e preparando-se para o martírio. É um verdadeiro alerta perante a realidade dos falsos mestres que aumentaram e se fortaleceram nos últimos dias, por meio do qual o responsável da comunidade, como também aqueles que dela fazem parte, devem agir como um soldado, lavrador, operário, servo fiel, ou seja, como uma testemunha corajosa. Não devem temer o fortalecimento dos maus, pois, sua derrota será inevitável. Esta carta é para nós atual e significativa, pois, também nós vivemos situações em que o cerco se fecha e as perseguições se acentuam. Vivemos num tempo de hostilidades e perseguições, no qual a fé sofre ataques. Portanto, diante desse contexto surge a pergunta: nossa vida de fé nos prepara para a provação ou para a derrota? Creio que devamos nos rever, com sinceridade e verdade, em vista do arrependimento e da conversão.

O soldado de Nosso Senhor Jesus Cristo, mesmo no sofrimento e na prisão, não deixa de ser um evangelizador e anunciador, pois, o Evangelho de Cristo não se deixa acorrentar, se difunde, se espalha, pela força da graça divina. Este constitui o testemunho da própria vida do apóstolo Paulo. Vida que aqui encoraja Timóteo com o seu testemunho, deixando-lhe um verdadeiro testamento de fidelidade e perseverança diante das provações. E o apóstolo dos gentios o motiva não com uma teoria vazia, mas com seu testemunho de vida. Testemunho de quem sofre com Cristo como prisioneiro, por isso, tal testamento possui para nós uma atualidade tremenda, é ponto de referência segura. É preciso, sem dúvida, permanecer fiel à sã doutrina apostólica resistindo às provações, como soldado de Cristo.

Este texto nos exorta a REAVIVAR O DOM DE DEUS, QUE É UM ESPÍRITO DE FORÇA, AMOR E SABEDORIA, para enfrentarmos com coragem o testemunho e os sofrimentos por causa de Cristo e do Evangelho. Pois, é o Espírito Santo que forja esta têmpera em nós para que sejamos capazes de uma caminhada cristã fiel na doutrina e na prática, ou seja, fé e vida em íntima comunhão. A ordem é para não se acovardar. A fé precisa ser constantemente alimentada para que se torne certeza e esperança e não fraqueza e covardia. Pois, se nossa existência tornar-se covarde, sem dúvida, "a ousadia dos maus vencerá a covardia dos bons". Estamos em um tempo em que um Cristianismo de aparência não suportará a dura luta. Portanto, que tipo de cristão você é?

O ESPÍRITO DE FORÇA revela-se como o oposto do medo e da preguiça, e aponta para a necessidade de um testemunho corajoso e perseverante. Eis a fonte inesgotável que sustenta e motiva a fé e o testemunho cristão: a graça eficaz, gratuita e salvífica de Deus, revelada em Jesus Cristo e contida na Boa Nova do Evangelho. Se a Palavra de Redenção não é assimilada no profundo da alma, ela não se torna anúncio de vivência, o ouvinte distraído e superficial não evangeliza, fala de algo que está fora da sua vida!

Somente pelos méritos de Cristo, que salva a humanidade, torna-se possível a fidelidade e a perseverança nesse vale de lágrimas. Paulo quer mostrar a Timóteo que será o Espírito Santo que agirá dando tal testemunho. Também em nós este mesmo Espírito age para que o anúncio seja autêntico e firmado no depósito da fé. Paulo foi constituído, portanto, como pregador, apóstolo e mestre, que sofre, sim, contudo, com uma coragem inabalável, confiante na força de Deus que o sustenta. Por isso, o apóstolo não se apresenta como modelo somente para Timóteo, mas também para cada um de nós. Modelo de fidelidade e perseverança cristã, garantida pela força do Espírito Santo, que atua constantemente na humanidade.

Deixemos que o Espírito Santo seja o mestre a formar em nós a têmpera necessária para enfrentarmos as provações da vida. Que o Senhor nos conceda a fé dos mártires, a têmpera dos mártires neste tempo em que o testemunho é tão urgente e necessário!

Com minha bênção sacerdotal,

Padre Eliano Luiz Gonçalves, sjs.

(Fonte – Canção Nova)

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