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quarta-feira, 17 de março de 2010

Eis aí tua Mãe


A devoção a Maria Santíssima

Ponto primeiro

No conjunto dos Santos, Maria ocupa um lugar único, pois foi chamada a ser a Mãe do Redentor e Mãe dos homens (Jo 19,25-27). Disso se segue que a veneração dedicada pelos cristãos a Maria difere da devoção aos demais Santos. Provas disso é que existem verdades de fé (dogmas) concernentes a Maria, mas não os há em relação aos outros Santos.

Verdade é que os três dogmas marianos não são mais que o eco dos dogmas cristológicos. Com efeito, o Filho de Deus quis fazer-se homem (donde o dogma da maternidade Divina); para seu digno habitáculo da Divindade, Maria nunca esteve sujeita ao pecado (donde o dogma da Imaculada Conceição) nem à conseqüência do pecado, que é o domínio da morte sobre o ser humano (donde o dogma da assunção gloriosa aos Céus).

Certo autor desenvolve o papel de Mariana atual história da Igreja e de cada um de nós: “Em nossa vida, Maria é o coração que concede. O coração que compreende as nossas necessidades e que, naturalmente, as expõe ao Filho, o Deus que continua sendo seu Filho. Ela pode-lhe dizer como em Caná: “eles não têm vinho” (Jo 2,3). Ah, se pudéssemos ouvir o colóquio de Jesus e Maria a nosso respeito, veríamos como estão sempre a par das nossas necessidades. Tudo em Caná. O ‘eles não têm vinho’ vem a ser ‘falta-lhes dinheiro’, ‘estão na pior das misérias’, ‘eles desejam conformar-se com as leis do matrimônio, mas... mamãe partiu para uma longa viagem, diz o papai aos filhinhos, e papai não sabe se ela voltará’.

Se fazendo Filho da Virgem, Deus a colocou numa altura superior a de todos os santos e anjos. Exceto Deus, ela é sem comparação mais elevada que todos os espíritos celestes. Maria não pode ser mais unida a Deus, do que foi, senão fazendo-se Deus. Aqui trema e emudeça toda criatura, ousando apenas contemplar a imensidade de tão sublime dignidade. A dignidade de Mãe de Deus (Lc 1,43)!

Deus conferiu a Santíssima Virgem o que há de mais alto possível para uma criatura: a maternidade divina. Por isso, após Deus, ninguém ama mais aos homens que Maria, nem o amor de todas as mães a seus filhos, de todos esposos as suas esposas, dos santos e anjos para com seus devotos juntos superam o amor que Maria tem a uma só alma que a serve.

Ponto segundo

Assunção corporal de Maria Santíssima

“O que aconteceu com a Mãe de Jesus no fim de sua vida: ela teve uma morte corporal como a nossa? O que vem a ser a assunção de Maria?”

(José Guimarães - Gramado, RS)

Desde remota época, os autores cristãos julgaram que Maria Santíssima teve um fim de vida singular; em seus sermões e escritos apócrifos professavam a glorificação corporal de Maria, logo após a sua morte na Terra.

Eis uma das versões mais expressivas: quando se aproximava o fim da vida terrestre de Maria, houve grande agitação na Igreja. Maria soube de antemão que estava para deixar este mundo. Os apóstolos também foram previamente avisados, de modo que se reuniram em Jerusalém. Quando lá chegaram, Maria já tinha morrido; abriram seu sepulcro que encontraram vazio. Cristo viera buscar a alma de sua Mãe Santíssima que a arte bizantina representa sob a forma de uma criança enfaixada. A seguir, o corpo da Santa Mãe de Deus, gloriosamente ressuscitado, também foi assumido e levado a reunir-se à respectiva alma no Céu.


Ponto terceiro

Glorificação em corpo e alma

Esses escritos foram fortalecendo a convicção dos cristãos de que Maria foi glorificada em corpo e alma, logo depois da sua morte. A partir do séc. XI é comum professar a assunção gloriosa de Maria. Os teólogos procuram as bases bíblicas para fundamentar tal crença, eis o que apontam:

1) Maria é dita pelo Anjo Gabriel “cheia de graça”. Esse é quase o nome próprio da Virgem-o anjo não a chama “Maria” (Lc 1,28). Isso quer dizer que Maria nunca esteve sujeita ao império do pecado. Em conseqüência não podia ficar sob o domínio da morte, que entrou no mundo através do pecado (Rm 5,12). Sendo assim, é lógico dizer que ela não conheceu a deteriorização na sepultura, sendo glorificada não somente em alma, mas também em seu corpo. Como se vê, nem a tradição nem os teólogos recusam a hipótese de Maria ter morrido, ao contrário, admitem-na. Se Cristo, o Santo de Deus, quis morrer, Maria também terá morrido.

2) A carne da mãe e a carne do filho são uma só carne. Ora, Maria é a Mãe de Jesus, que foi glorificado em corpo e alma após ter morrido. Conseqüentemente deve ter tocado a Maria a mesma sorte gloriosa que tocou a seu Divino Filho.

Através dos séculos, a crença na Assunção corporal de Maria tornou-se tão comum e cara aos cristãos que muitas pessoas trazem o nome de Maria da Glória; muitas igrejas e instituições são dedicadas à Assunção de Maria.

Na primeira metade do século XX, os fiéis católicos, tendo á frente seus bispos, pediram à Santa Sé a definição do dogma da Assunção de Maria. O Papa Pio XII mandou estudar o assunto e resolveu proclamar o dogma em 1º de novembro de 1950.

A justificativa para essa definição, de uma verdade de fé que não era contestada, foi a seguinte: numa época em que se vilipendia o corpo humano mediante genocídios, campos de concentração, degradação moral, afirmar a Assunção corporal de Maria é lembrar a dignidade do corpo humano, chamado a ser templo do Espírito Santo e a ressuscitar um dia, participando da glória do Céu.

Em suma “A Mãe de Jesus, tal como está nos céus já glorificada em corpo e alma, é a imagem e o começo da consumação da Igreja, que só estará plena no futuro. Assim também brilha aqui na Terra como sinal de esperança segura e de conforto para o povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor (2 Pe 3,10)” (Lumen Gentium, nº 68)

“Quem é esta que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?” (Ct 6,10)

O Sol é Jesus: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12), o Sol na vida do Cristão. Com efeito “quem se une ao Senhor, torna-se com ele um só espírito” (1 Cor 6,17) e ainda “o demônio teme a alma unida a Deus como ao próprio Deus”, diz S. João da Cruz. Quem mais que Maria é unido a Deus, Ela que O teve em ventre? Por isso, Ela é “brilhante como o sol” e “temível como um exército em linha de batalha”. Assim como a luz do sol ofusca a de todos os demais astros, assim também a glória da Mãe de Deus ofusca a de todos os santos e anjos no Céu de modo de que quase nenhum se distingue do outro no Céu.

Um comentário:

  1. Oi irmão, fico feliz quando vejo um blog como seu, rico em conteúdo e bem organizado, mas tem uma coisa que gostaria de saber, como você colocou a rádio canção nova no seu blog, valew.
    www.atocadogeo.blogspot.com

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