Semeando o Amor de Deus com Diógenes Guedes

11º Domingo do Tempo Comum: Cor Litúrgica – Branca.

“Tua fé te salvou, vá em paz!”

1ª Leitura – 2 Samuel 12,7-10.13

Salmo Responsorial – Salmo 31.

2ª Leitura – Gálatas 2,16.19-21.

Evangelho – Lucas 7,36-8,3 ou 36-50.

Na Primeira Leitura retirada do segundo Livro de Samuel, nos traz a figura do Natã que diz ao Rei Davi, és o homem ungido, onde deu-te a casa do Senhor e a glória de Israel e se isso parecer pouco acrescenta ainda outros favores. Porque desprezaste a Palavra do Senhor fazendo o que lhe desagrada? Feriste a espada o hitita Urias, para fazer da sua mulher sua esposa, fazendo-o morrer pela espada dos amonitas. Por isso essa espada jamais se afastará de tua casa, porque me despresaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. Davi reconhece o seu pecado e diz a Natã: “Pequei contra o Senhor” e Natã responde a ele: “De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás! Contudo por teres ofendido ao Senhor com teu procedimento, o teu filho nascerá morto.”

O Senhor é fiel e justo, ele nos perdoa todos os nossos pecados pois nos ama infinitamente com amor de Pai, suplanta assim todas as nossas quedas. Deus não castigou Davi seu servo neste episódio e sim foi o pecado de Davi que lhe trouxe consequências.

Assim como nós Deus não castiga, não mata e não manda doenças a ninguém Ele cuida de nós com amor eterno, contudo, nós pelas consequências do pecado pagamos as chamadas “penas” que advêm dele, seus efeitos, toda a ação tem uma reação já dizia a física e a ciência.

Deus ama o pecador, contudo, detesta o pecado, ele o abomina, não o aceita. Sempre tiramos lições pra nossa vida com o pecado cometido, no mínimo uma mudança de vida, ou conversão sincera do coração e retorno para Deus.

Até mesmo o Rei Davi sofreu provações, mas sempre esteve em Deus, ele caiu, errou, pecou, mais como nos próprios salmos de sua autoria ele nos revela que é um homem temente a Deus e que confia em Deus.

O Salmo 31, o Salmista mostra todo o seu arrependimento perante Deus: “Eu confessei afinal, meu pecado e perdoastes, Senhor, minha falta!” Nos mostra o homem que cai pela sua fraqueza e pecado, mas que confia no perdão de Deus que pode salvá-lo, o Senhor que absolve toda a sua culpa e que restaura a sua alma.

Na Segunda Leitura retirada da Carta de São Paulo aos Gálatas, nos revela que somos justificados, salvos e perdoados não pela antiga lei, porém, por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Porque cremos e abraçamos essa fé salvífica. Morremos para a Lei, mas vivemos para Cristo. Assim como o Cristo fomos pregados na cruz e com ele vencemos e conquistamos a vida e a virtude da eternidade.

Assim como São Paulo dizia: “não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim!” Já não vivo conforme e segundo a carne, mas vivo na fé, crendo em Cristo Jesus, que me amou e por mim se entregou.

São Paulo ainda nos diz: “Eu não desprezo a graça de Deus, se a justiça vier pela lei então Cristo morreu inutilmente!”

Somos então justificados pela fé em Cristo Jesus e não pelas leis que se impõe a nós no tempo presente. Que graça será um dia dizermos não sou mais eu que vivo, és Tu Jesus que vives em mim!

Já não é a carne que me conduz, as obras da carne, mas é Jesus Cristo que me domina e que está em mim inteiramente, em minha vida e me conduz e em mim reina e vive.

Elevemos assim a nossa fé, lembrando sim que temos que obedecer nossas leis para um bom convívio social, mas a lei terrena não é tudo. Jesus sim é tudo em todos, a fé supera e nos faz alcançar obras grandiosas, inclusive transpor montes e montanhas como nos diz a Palavra de Deus!

Que possamos sempre fazer valer a paixão, morte e ressurreição de Jesus em nossa vida.

O Evangelho segundo Lucas, nos mostra Jesus convidado a comer na casa de um fariseu, e o aborda certa mulher considerada pecadora que lava os pés de Jesus com suas lágrimas e perfumes, enxugando com os seus cabelos, e beijando os pés do Senhor.

O fariseu disse se ele soubesse que quem banha os pés dele é uma pecadora, não deixaria pois se ele se diz ser profeta não o faria.

E em cima desse episódio Jesus conta a parábola onde tinha 2 homens que deviam ao mesmo credor. Um devia mais o outro menos, mas o credor perdoou os dois na mesma medida. O Senhor pergunta qual dos dois o credor perdoou mais? O fariseu disse ao que devia-lhe mais.

Ai o Senhor disse ele respondeu bem, Jesus se vira e diz estás vendo esta mulher? Quando eu entrei em tua casa não me ofereceu sequer água pra me lavar, ela contudo, lavou os meus pés com suas lágrimas e enxugou-os com os cabelos.

Você nem me deu um beijo de saudação. Ela contudo beijou-me os pés. Tu não me ungiu com óleo, ela porém me ungiu com seu perfume.

Dessa forma Jesus declara que todos os pecados desta mulher estariam perdoados, porque ela muito amou.

Jesus disse: “os teus pecados estão perdoados, a tua fé te salvou, vá em paz!”. Pensavam os homens quem é ele que até pode perdoar pecados?

Jesus continuava sua pregação pelos povoados que passava anunciando o Reino de Deus. E muitos acompanhavam além dos discípulos, as mulheres curadas por ele, inclusive Maria Madalena a qual foram expulsos sete demônios e muitas outras mulheres que seguiam Jesus e ajudavam com os bens que possuíam.

Vemos neste Evangelho assim Jesus que acolhe e ama os pecadores. É o Senhor que toma pelas mãos todos os seus filhos e filhas, os liberta de todo o pecado e de todas as amarras.

Jesus se faz um de nós, aceitando o convite e comendo na casa de pecadores, acolhendo os pecadores e de forma particular aquela mulher que arrependida pelos seus pecados quer assim manifestar o seu amor por Jesus lavando os seus pés e ungindo com o perfume que tinha de mais precioso naquele momento a ela.

Passava na cabeça dos fariseus, dos mestres da lei, do povo da época, dos que se consideravam doutores da lei, da doutrina e da boa moral, os “certinhos” o fato de julgar Jesus, se fosse profeta mesmo como se dizia o ser, não poderia comer com pecadores, estar diante de pecadores, acolher pecadores, pois como eram impuros, do mal, estariam a margem da sociedade e dos bons costumes da época e da moral não poderia ter a sua presença.

E Jesus assim manifesta o seu amor que é infinito e imenso, prova que vai além das aparências e do pecado, vence as barreiras e derruba os preconceitos e discriminações da época e da sociedade.

Acolhe a todos, ama os pecadores, mas rejeita o mal e o pecado e as suas consequências perversas. Não veio Jesus para condenar, mas sim pra salvar, não pra dispersar, mas sim pra arrebanhar e juntar os que estavam perdidos.

Pecados, quem não os tem? Quem diz ser perfeito e sem pecado, já está pecando! Somos fracos, limitados, precisamos de Deus constantemente, de seu auxílio, de sua ajuda. Ele pode tudo em Nós, com Ele somos tudo, sem Ele nada podemos e nada somos!

O amor se mede no perdão assim ensina Jesus. Quem muito ama muito perdoa, quem pouco ama, pouco ou quase nunca perdoa!

Para alcançar e obter o perdão é preciso amar e ser amado. Sempre Jesus dizia: “Vai e não tornes a pecar... Vai a tua fé te salvou”. Precisa ter o elemente fé que não é puro sentimento e sim vem de dentro, crer, confiar, acreditar neste perdão que vem de Deus!

Quantas vezes devemos perdoar Senhor? Já nos diz a passagem simbólica dos Evangelhos setenta vezes sete, quer dizer o sete na bíblia infinitamente, quantas forem necessárias.

Nos perguntamos: É fácil perdoar? Não é... perdoar é divino, é cura, é libertação. Abrir-se ao outro, receber do outro o mal e transformar no bem, reverter o ódio em amor.

Uma vizinha que não gostava da outra mandou um dia uma caixa de esterço a sua rival vizinha. Esta aceitou muito bem aquele presente inusitado, e disse: “Vou pôr em meu jardim, esse esterco que a minha vizinha me mandou e as flores crescerão com mais vida e bonitas!”.

E assim o fez, adubou todo o seu jardim com o esterco, passaram-se alguns meses e bem no período da primavera onde as flores estavam todas formadas, uma surpresa toca a campainha da vizinha, a mulher com um lindo arranjo de flores deu a mulher que tinha lhe enviado a caixa de esterco.

A vizinha surpreendida disse a mulher. Eu vim aqui lhe trazer este presente! Ela disse envergonhada e surpresa: “Não pode ser... você aqui? E com flores? Eu te entreguei uma caixa de esterco e me vem com essas lindas flores como isso pode acontecer?”

A vizinha disse obrigado pelo presente que me deu, através dele pude adubar todo o meu jardim e hoje lhe trago o que tenho de melhor essas lindas flores!

Moral da história – Damos aos outros aquilo que temos, se damos o pior certamente temos o pior a oferecer. Se damos o melhor certamente porque temos o melhor a oferecer!

Pensemos O que estou dando ao outro... Meu melhor ou o meu pior?

Hoje também é dia de Santo Antônio, nascido em Pádua, cidade de Portugal, pregador e difusor do Evangelho de Jesus, até hoje há relatos de seus milagres e prodigios, prova maior disso anunciou o Evangelho com tanto amor e destemor que sua lingua encontra intacta da corrupção. Ainda registra-se o fato de que um dia foi pregar ao povo não quiseram ouvi-lo ai então foi até o rio onde falou aos peixes que pararam todos para o escutar.

Conhecemos Santo Antônio pelas narrativas e histórias de ser um santo “casamenteiro”, ou seja, ajudar a conseguir namorados, noivos, casamentos, pois na época precisava de um dote as moças pra se casarem e ele ajudava as moças da época assim que não tinham dinheiro ou bens a realizar seu sonho de casar-se.

Contudo, mais que casamenteiro, Santo Antônio deve ser reconhecido como grande homem que viveu a Palavra de Deus e o seu Evangelho Santo e um grande pregador. Homem simples, e humilde que amou a Jesus, testemunhando com a sua vida e com o anúncio das suas maravilhas.

Santo Antônio... Rogai por nós e intercedei por nós!

Abençoai-nos o Deus Todo Poderoso. Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Diógenes Guedes.