Pesquisar no blog

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Paternidade adotiva

Adotar é acima de tudo entender o sentido da palavra 'família'

Sou um homem privilegiado! Uma das experiências mais impressionantes que vivo é a que foi experimentada por São José, manisfestada de maneira surpreendente: a paternidade adotiva. Não somos pais biológicos, entretanto, exercitamos uma paternidade inteira e plena. Adotar é... reconhecer no filho gerado por outros, nosso filho. Olhar em seus olhos à procura não de uma cor conhecida, um formato herdado, mas o brilho do olhar de quem é amado e reconhecido como único.

Adotar é doar seu tempo, doar seu espaço e é acima de tudo entender o sentido da palavra “família”.

A adoção se inscreve em um contexto de impossibilidades. Uns adotam filhos por não poderem gerá-los. Outros os geram, mas esbarram na impossibilidade de criá-los. Nessas impossibilidades surgem as oportunidades de amar... O amor é a consequência de uma disposição que se estabelece internamente, independentemente de termos ou não um arsenal de informações a respeito dos filhos. Amamos apesar de não sabermos como eles serão e permanecemos os amando quando sabemos quem eles são.

A condição universal do homem é ser filho. Não existe pessoa humana que não seja filha. Olhar uma pessoa humana como filho é olhá-la na sua identidade. Independentemente de sua situação, desejado, abandonado, necessitado, mas, filho. Assim como nossa filiação em Deus, através de Jesus, o Filho Unigênito, é adotiva, somos com Cristo herdeiros naturais de Deus Pai. Toda essa verdade só poderá ser experimentada no amor.

Em minha experiência paterna adotiva aprendi a viver o “amor sem temor”, aquele que João, o Evangelista nos lembra em sua primeira Carta: “Não há temor no amor: ao contrário: o perfeito amor lança fora o temor (I João 4,18).

O Papa Bento XVI, em sua visita à África, em março de 2009, nos ajuda a refletir e a compreender quão grande é a experiência paterna adotiva, exemplificando São José: “Não se trata de um servidor medíocre, porém de um servidor 'fiel e sábio'. Estes dois objetivos não são causais: sugerem que a inteligência sem fidelidade e a fidelidade sem sabedoria são qualidades insuficientes. A uma desprovida da outra não permitem assumir plenamente a responsabilidade que Deus confia”.

Lembro-me de tristes e boas recordações com meu pai quando era menino. Experiências de amor... Escolhi aquelas que me fizeram homem honesto e temente a Deus, para hoje ser um pai amoroso, fiel e sábio aos meus filhos.

Júlio Brebal
Missionário da Comunidade Canção Nova

(Fonte – Canção Nova)

Clique aqui e seja o primeiro a comentar!:

Por favor, ao comentar não esqueça de deixar seu nome!