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sábado, 12 de março de 2011

Comentário do 1º Domingo da Quaresma – Cor Litúrgica Roxa

“Eis o Tempo de Conversão, eis o Dia da Salvação, voltemos todos nós ao Pai!”

1ª Leitura - Gênesis 2,7-9; 3,1-7.

Salmo Responsorial – Salmo 50.

2ª Leitura - Romanos 5,12.17-19.

Evangelho - Mateus 4,1-11.

A Primeira Leitura retirada do Livro do Gênesis, ou seja, da criação, vai narrar o episódio da criação e formação do homem.

O Senhor Deus sopra-lhe as narinas e lhe dá a vida, incute nele o seu Espírito criador, de vida. Após criar o homem e dar-lhe uma companheira ao qual retirou de suas costelas, assim os conduz ao jardim do Éden, ao jardim da vida, dando-lhes fartura e abundância em alimentos e dentre as árvores frutíferas pós no meio do paraíso a árvore do bem e do mal, a qual ordenou para que não a tocassem.

O mal simbolizado na figura da serpente animal esperto assim chega e pergunta a Eva: Vós não podeis comer os frutos das árvores? Eva disse: “Não, nós podemos comer dos frutos de todas as árvores, menos da que está no meio do jardim, pois Deus, nos disse se a tocarmos morreremos!”

A serpente disse: “Não, vós não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”.

A mulher assim se sente atraída para ter tal conhecimento e vê que seria bom comer do fruto. Ela colheu o fruto e deu ao seu marido que estava com ela, seus olhos se abriram e viram estar nus e se cobriram com folhas de figueiras.

O homem caiu no pecado pela desobediência a Deus, assim como Satanás que um dia fora um anjo de luz dos céus, caiu e foi expulso do céu por sua desobediência a Deus.

Deus disse podereis comer de todos os frutos das árvores com exceção do que fica no meio do paraíso e justamente veio o mal e seduziu, tentou Eva e esta caiu, levando ao homem e a toda a humanidade a perdição eterna e o pecado.

Custou-nos grande preço a nossa salvação a desobediência a Deus, assim também hoje quando desobedecemos a Deus custa-nos um preço grandioso, assim como a ausência da graça e da bênção de Deus.

Deus amou o homem o criou, deu-lhe uma companheira e um paraíso, porém o mesmo não soube desfrutar de uma vida sadia, boa e na graça de Deus, tinham a presença de Deus consigo, preferiram como veremos nos outros textos do Gênesis a dor, a morte, a inimizade, o trabalho árduo e pesado pra conquistarem aquilo que poderiam desfrutar de graça.

Mas do que a morte física receberam de Deus a morte espiritual, com Adão e Eva o mundo conhece o pecado e seus filhos são gerados no pecado, por isso, ainda quando criancinhas recém-nascidas precisamos da graça do batismo, pois trazemos conosco o chamado pecado original, vindo lá dos nossos antigos pais.

O ser humano pecou, pois quis ser como Deus, forte, poderoso, conhecedor de tudo, o mal o seduziu e ele foi fraco, se prostra e cai na cilada que custa a sua salvação e entrada definitiva no paraíso eterno.

Será que ainda hoje com tanta tecnologia avançada até com clonagens, inseminação artificial, “in vitro”, o homem não quer brincar e ser um pouco Deus, como criador? Não que a Igreja não aceite as técnicas da medicina moderna e pro bem da humanidade, é bem pelo contrário, a Igreja caminha juntamente com a Ciência e Tecnologia avançada, no que tange a melhora da qualidade de vida humana, porém com responsabilidade.

O Salmo 50 vem justamente nos trazer o arrependimento do pecador frente ao seu pecado, pois peca contra o seu criador e bate-lhe profundo pesar e a sua súplica de renovação espiritual com o seu pedido de mudança de coração e do seu interior. “Piedade, ó Senhor, tende piedade,/ pois pecamos contra vós.”

A Segunda Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos, nos traz o relato de que se o pecado entrou no mundo por um só homem, entra com este a morte, pois todos assim pecaram.

E pela falta de um só homem, a morte está ai. Porém pela vitória de um só homem, o novo homem, o novo Adão, por sua mediação que é Jesus Cristo, recebemos o dom superabundamente da graça e da justificação. Se por um homem vem a condenação, por um só homem também nos vem Salvação.

E se pela desobediência de um só homem a humanidade conheceu o mal e a morte, pela obediência de um só homem foi restabelecida a justiça e a Salvação Eterna.

Jesus restabelece nossa situação de graça perante Deus, com a sua entrega total, com o sacrifício da cruz, abre-nos o céu novamente antes fechado pelo pecado e pela morte eterna.

Estávamos condenados por toda a eternidade, porém o Filho de Deus se manteve obediente ao Pai, obediente até a morte de cruz, pelo qual o Senhor Deus o exaltou e lhe deu um Nome muito acima de todo nome, onde se dobram e se prostram toda criação visível e invisível.

Deus é bom demais, mesmo o homem sendo infiel e não merecendo nos dá o seu único filho, amado filho que se sacrificou por nós, derramou o seu sangue redentor, deu a sua vida, para que tivéssemos vida nova, renovada e repleta de alegria e paz.

Ele se fez pecado por nós, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e por suas chagas fomos sarados. É Jesus essa fonte de vida nova que jorra a nos saciar toda a sede de amor, paz, justiça.

Salve o Cristo obediente, que graça termos um redentor vitorioso, ó pecado de Adão indispensável para que tivéssemos tão grande sorte.

Jesus morreu por todos, portanto, Ele quer que todos se salvem e possam assim gozar das alegrias eternas na casa que o Pai nos preparou desde a Eternidade.

O Evangelho segundo Mateus, traz-nos a passagem de Jesus pelo deserto, pois o Senhor assim fica em retiro durante 40 dias e 40 noites no deserto, para orar e meditar a Palavra do Pai.

O diabo atenta assim Jesus durante todo este período de abstinência e jejum. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”.

Não contente o diabo o leva ao alto do monte da cidade Santa e lhe diz: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’”

Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor, teu Deus, e somente a ele prestarás culto’”. Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.

Vemos o mal que tenta Jesus, até mesmo usando a Palavra de Deus para se fundamentar, porém Jesus o rebate também, Jesus vence o mal e a tentação pela força da Palavra de Deus, revertendo as forças do mal, para o bem.

A Noite escura foi dissipada pelo Senhor. A primeira tentação a fome, não é fácil estar faminto, a fome dói, desconcentra, o demônio oferece a saída do pão material a Jesus, Ele prefere o pão espiritual, que é a Palavra de Deus que mata e sacia a fome da alma, do espírito e que é perene e jamais passará ou será tirada.

A segunda tentação foi colocar à prova a confiança e a esperança de Jesus no Pai, que o ama e tudo pode fazer por Ele. Lançar-te do penhasco para ser amparado por um anjo. Jesus sendo Deus, porém homem também, renuncia a tentação novamente pela força da Palavra, ensinando o mal a não tentar o seu Deus.

A terceira tentação foi a do diabo querer dar a Jesus dinheiro, fama, poder, reinos, riquezas materiais. O diabo se esquece que Jesus é o dono do ouro e da prata, aliás de tudo que existe, pois quando Deus criou o universo com tudo que Nele existe, deu a Jesus como presente.

Então o mal oferece a Jesus o que é dele mesmo. Jesus se manteve firme novamente diante ao suborno e a corrupção do mal, pois bastava ele se ajoelhar e adorar o mal pra ter tudo isso, porém, disse Jesus com autoridade para que Satanás se retirasse dali e vence mais uma vez a tentação dizendo: “Adorar somente a Deus e somente a Ele prestar culto!”

Nesta Quaresma, neste tempo forte de mudança, de conversão, como estamos diante das tentações e seduções deste mundo que nos arrastam a todo instante e momento? Será que estamos sabendo renunciar ao mal, com poder e autoridade como Jesus o fez? Ou será que ainda estamos nos entregando ao mal, ao seu reino e a tudo que o mundo devasso ainda nos oferece?

Quantos hoje estão afundados nos pecados, mas é só um pecadinho, pecado leve, pequenino, mas tudo que vai contra Deus é pecado e precisa ser expurgado, tirado da nossa vida, pois nos afasta da graça e da bênção de Deus.

Quantas vezes oramos, clamamos, pedimos e suplicamos, temos a impressão que Deus está surdo, indiferente a nós, não nos ouve. Não é isso os nossos pecados são como um guarda-chuva aberto que retém a chuva das graças de Deus que não nos alcança. É o nosso pecado que nos impede de chegarmos mais a Deus e as nossas orações de romperem os céus.

A Quaresma é esse tempo de rasgar o coração e nas as vestes, mas o coração e a alma a Deus, querer viver vida nova, novo tempo, novo momento, nova graça. O Senhor está próximo de nós, Ele quer nos ouvir, buscai o Senhor enquanto há tempo e enquanto Ele se deixa encontrar, Ele está próximo de vós.

Eis o tempo de conversão, eis o dia da Salvação, voltemos ao Pai de coração hoje e arrependamo-nos de nossos pecados, faltas, erros e delitos meus irmãos.

No deserto seco da vida somos postos à prova diariamente pela tentação do ter, do poder, da corrupção, do roubo, da cobiça, da inveja, da gula, será que estamos resistindo ou nos entregando de bandeja aos desejos da carne?

A carne contradiz o espírito, lembremo-nos disso. É necessária profunda conversão, mudança de vida se quisermos renascer nesta Páscoa, se quisermos uma Páscoa diferente, de ressurreição espiritual, de renovação espiritual, nascer como Nicodemos da água e do espírito, renovar a força do nosso batismo, onde nos tornamos filhos e filhas de Deus e morremos para o pecado.

A mudança de vida, a conversão é urgente, o tempo urge, o Salvador está as portas, deixemos o Rei da Glória entrar ele vem orientar a nossa história e a nossa vida.

Novos homens e mulheres, novos cidadãos dos novos céus e da nova terra.

Assim possamos ser como Jesus vencermos o mal, pela forla libertadora e salvífica da Palavra de Deus.

Abençoai-nos o Deus Todo Poderoso. Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Diógenes Guedes.

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