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sábado, 5 de março de 2011

Ser profeta no mundo das comunicações

O discípulo de Cristo é aquele que primeiro escuta e depois faz e fala.

A escuta, o testemunho e a palavra são as três pilastras do edifício espiritual, imprescindíveis na Catequese, na Comunicação da Boa Nova.

A comunicação é um assunto antigo e novo. Tão antigo quanto a palavra, característica do ser humano, tão novo quanto os meios que nos surpreendem por sua incrível abrangência e instantaneidade.

2. Nosso mundo vive um sistema que desencadeou uma série de forças, sem saber ainda como domesticá-las, como fazê-las convergir num progresso ascensional.

3. Quem não esteve recentemente na Coréia e no Japão (na Copa do Mundo) vendo e ouvindo sons diversos, grafias diferentes, costumes, culturas? Na escola estudamos a Ásia, na Faculdade aprofundamos o estudo, mas agora estivemos lá sem sair de casa.

Em um mundo em que as notícias são praticamente instantâneas, chegam como enxurrada e envelhecem em 15 minutos, como fazer para que nossos irmãos prestem atenção às mensagens impactantes e aos ensinamentos maravilhosos que desejamos ardentemente transmitir, segundo a ordem de Jesus:

“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 110,15).

4. O profeta é aquele que conjuga a inspiração do Alto com a respiração da realidade. Ele prolonga o mistério da Encarnação do Verbo, partilha seus aniquilamentos. Anuncia e denuncia.

Aquele que anuncia sente-se impuro como Isaías (Is 10,5) e incapaz como Jeremias (Jer 1,10) e deseja que o Senhor purifique seus lábios com brasas ardentes (Is 10,7) e coloque Suas palavras em sua boca (Jer 1,9).

Quem nunca se sentiu tão distante da transparência exigida no apostolado e na catequese?

A Graça de Deus age o tempo todo, no que semeia e no que acolhe.

5. Também é necessário ter a coragem de dizer NÃO à mentalidade do mundo.

“Seja o seu sim, sim, seja o seu não, não” (Mt 5,37) , sem ambigüidades, sem concessões.

É necessário desenvolver um sadio juízo crítico para discernir o joio do trigo nas informações que nos vêm pelos jornais, rádios, TV, Universidades, etc.

7. Superemos o medo de não sermos aceitos se não seguirmos o estilo do mundo.

A massificação provoca o desinteresse: tudo fica previsível.

Como alertar para a Grande Novidade do Evangelho?

Mais do que estudar é preciso pensar.

“Aprender a pensar, eis o princípio da moral”, disse Pascal.

Aprender a pensar, discernir, prestar atenção e orar são requisitos permanentes para o

progresso espiritual necessário aos discípulos de Cristo.

8. Destaco outro ponto importante para nós, catequistas: não esvaziemos o Mistério, o sacral, o transcendente. Não banalizemos a Boa Nova.

O Mistério não é uma muralha onde nossa inteligência vai se esfacelar, mas um oceano em que ela vai mergulhar como uma gota d?água.

Todo ser humano tem impresso em sua consciência, o abecedário sagrado que o impele

para a transcendência.

9. Há algo que cause mais espanto, ternura e reverência do que o Mistério do Verbo Encarnado?

Não diminuamos o esplendor dessa verdade central do cristianismo, com um antropocentrismo, ou melhor, egocentrismo que nos esvazie do divino, do sagrado.

10. O Senhor não precisa de propagandistas mas de discípulos.

O catequista é aquele que prepara os corações e aponta para o Messias esperado, há tanto tempo desejado – Jesus, que é o centro de nossa catequese.

11. Tudo quanto precisava de ser dito já o foi pelo Verbo, a “dicção” do Pai. Desejaríamos ser um pequeno eco de algumas verdades eternas.

12. Cristo veio reconciliar as coisas da terra com as coisas do céu.

“A Catequese deve ser uma escola permanente de fé e seguir as grandes etapas da vida como um farol que ilumina o caminho. Vivemos num mundo difícil, no qual a angústia que decorre do fato de ver as melhores realizações do homem escaparem-lhe das mãos e voltarem-se contra ele, cria um clima de incerteza. É dentro deste mundo que a catequese deve ajudar os cristãos a serem ‘luz? e ‘sal?, para a sua felicidade e para o serviço de todos”.

Conclusão:

Em todas as épocas a Igreja acerta o passo entre o tempo e a eternidade.

O catequista de hoje deve utilizar todos os recursos e meios de comunicação que estão a seu dispor. Nosso D.N.A. batismal exige que todo cristão seja também apóstolo.

Os meios de comunicação, os mais modernos e eficientes, podem e devem ser utilizados. Eles são de grande eficácia sempre que a tecnologia é colocada a serviço do Espírito, sempre que o conteúdo for mais importante do que o meio.

Felizes aqueles que unidos ao Verbo Encarnado, aprendem a Dicção do Pai e prolongam, pelas mãos de Maria, o Mistério da Encarnação em todos os meios e por todos os meios.

Esse é o bom combate a que somos chamados. É o nosso campeonato.

Acabei rezando, como tantos, pela vitória do Brasil mas acrescentei:

“Senhor, fazei que eles e nós não percamos as oportunidades de Vos tornar mais conhecido e amado. Não há gol mais bonito! Gol que vara as redes do tempo e alcança a

Eternidade. Fazei com que todos gozemos da vossa herança de paz!”

Só uma chama acende outra chama!

(Resumo da mensagem proferida por Madre Maria Helena Cavalcanti, Fundadora e Superiora Geral da Congregação de Nossa Senhora de Belém, no 3º Congresso Arquidiocesano de Catequese – 20 de julho de 2002)

(Fonte – Catequese Católica – www.catequisar.com.br)

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