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domingo, 1 de maio de 2011

Comentário do 2º domingo da Páscoa com Diógenes Guedes

2º Domingo da Páscoa – Cor Litúrgica: Branca. Misericórdia do Senhor e Beatificação do Papa João Paulo II.

“Ele está vivo em nosso meio, Aleluia!”

1ª Leitura - Atos dos Apóstolos 2,42-47.

Salmo Responsorial – Salmo 117.

2ª Leitura - 1º Pedro 1,3-9.

Evangelho - João 20,19-31.

Estamos no Tempo Pascal, as alegrias do Cordeiro Ressuscitado, vivo e atuante no meio do seu povo são marcadas por lutas por um mundo mais humano e fraterno. Hoje também de modo especial celebramos as Misericórdias do Senhor, dia este decretado pelo grande Papa João Paulo II, que tem neste como acontecimento neste dia especial a celebração de sua beatificação pelo Papa Bento XVI no Vaticano. Celebrar a Misericórdia do Senhor é mergulhar no mar de graças e bênçãos de Deus, lembrar que o coração de Jesus ama e perdoa infinitamente o pecador e o acolhe com toda a bondade e amor.

A Primeira Leitura vem relatar a harmonia do relacionamento dos novos convertidos, isto é, aqueles que encontraram a verdadeira razão de ser cristão repartem o pão, o amor fraternal e a comunhão na oração.

Todos viam o amor existente entre os apóstolos e eram atraídos a viverem este mesmo sentimento embuídos pela fé em Jesus Cristo Ressuscitado e presente no meio deles. Os que abraçavam a fé colocavam tudo que tinham em comum e não existia necessitados no meio deles. Assim, distribuíam entre eles propriedades, alimentos, dinheiro e seus bens.

Todos freqüentavam o templo para realizar suas orações e viviam em grande paz, amor e alegria. E sempre acolhiam e acrescentavam os que deles se aproximavam.

Que beleza e grande graça a partilha do pão e da oração ocorria entre os primeiros cristãos e nada lhes faltava, dividiam tudo entre eles, um amparava o outro. E hoje temos a injustiça imperando e triunfando entre nós, uns com tão pouco e poucos com muito, é o dinheiro exacerbado, em excesso, o poder que toma conta da cabeça do ser humano, a falta de humanidade, o egoísmo, tenho que ter pra mim e pra minha família apenas o outro, o pobre e o indigente que se virem por ai, eu estando bem é o que importa.

Será que Jesus se alegra com este fechamento de coração e com estas injustiças sociais em nosso meio? Certamente não, pois, o Cristo ensinou o amor mútuo, a divisão dos bens, a partilha daquilo que temos e somos com aqueles que nada tem. Um País tão rico como o Brasil e com tantas pessoas à margem da sociedade, passando fome, na extrema miséria, isto não é a vontade de Deus que nos fez para o amor e pelo amor.

Somos convidados a estendermos as nossas mãos e abrirmos o nosso coração, acolher, compartilhar e perdoar, fazer o céu acontecer aqui e já em nosso meio, fazer a ressurreição acontecer verdadeiramente onde há sinais visíveis de morte e de tragédia, olhar pro nosso lado, aqueles que sofrem e padecem as injustiças deste mundo leviano em que vivemos. Falta humanização, compadecer-se com o outro, sentir a dor do outro que sofre, se por em seu lugar vez ou outra, equilibrar as coisas, conforme Deus assim deseja e quer de nós, buscando este oceano de infinita misericórdia que brota do coração de Jesus.

O Salmo 117, nos remete as Misericórdias do Senhor. O mal pode até querer nos atingir e nos tocarmos mas sempre devemos lembrar que é tempo de recorrer as Misericórdias do Senhor. “Daí graças ao Senhor porque Ele é bom, eterna é a sua Misericórdia!”

A Segunda Leitura retirada da Carta de São Pedro é um louvor a Ressurreição de Jesus. O apóstolo exulta Deus pela ressurreição de Jesus, o Filho amado, pois com ela nasce um novo povo e nova esperança e que estará reservada assim uma herança eterna a este povo prometido e nascido de novo pela ressurreição de Jesus, povo este que irá gozar da eternidade feliz.

Pela fé e pelo poder de Deus, fomos escolhidos e guardados por Deus para a Salvação que se manifestará entre nós.

Motivo este que nos deve alegrar e nos dar forças, sobretudo, para enfrentar as provações e adversidades que vem e virão a nos atingir.

Deste modo será assim com estas provações e adversidades provada a nossa fé como o ouro é provado em alto grau de quentura do fogo ardente para assim se purificar de suas impurezas, para que assim alcançamos esta graça da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo que se manifestará em nós.

E que mesmo sem ver e tocar no Senhor Ressurecto nós cremos Nele e Nele esperamos pela salvação prometida a nós, pois assim obteremos as graças e bênçãos de uma eternidade santa e feliz prometida pelo próprio Cristo e Senhor.

O Evangelho segundo João, mostra os apóstolo todos reunidos e fechados ainda com medo de serem atacados por professar a sua fé em Jesus, primeiro dia da semana este, quando assim, se põe no meio deles o Senhor Ressuscitado e diz: “A paz esteja convosco!”.

Depois de proferir estas palavras mostra o seu lado e suas mãos transpassados para que acreditem Nele, os discípulos todos se alegraram ao ver o Mestre Ressurgido.

Jesus novamente os saúda com a paz e os envia assim como o próprio Pai o enviou, soprando sobre eles a graça do Espírito Santo e concedendo-lhe as bênçãos advindas do perdão, pois a quem eles perdoarem os pecados assim serão perdoados e a quem os retiverdes estes serão retidos.

Tomé um dos discípulos não estava com eles na noite em que Jesus apareceu, contudo, os outros discípulos disseram a Ele “Vimos o Senhor!” Tomé porém disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, e não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão em seu lado, não acreditarei”.

Oito dias depois encontravam-se os apóstolos em casa reunidos e Tomé com eles, fechadas as portas, Jesus entra mais uma vez no meio deles e os saúda com a paz.

Depois se volta a Tomé e diz: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca em meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel.” Tomé disse: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste porque me viste? Bem aventurados os que creram sem terem visto!”

Jesus ainda realizou diversos sinais, milagres e prodígios entre os discípulos mas este relatado é para que creiamos que Jesus Cristo é o Senhor presente, vivo e ressuscitado em nosso meio e Nele tenhamos a Salvação e a Vida Eterna.

O Senhor vivo se põe no meio dos discípulos tem certos aspectos marcantes neste evangelho pois é o próprio Jesus ressurgido que se coloca entre eles no primeiro dia da semana, isto é, no Domingo, dia destinado ao Senhor, a seu culto de louvor e adoração. O qual destinamos até os dias atuais não mais o sábado como no antigo testamento que é santo e não se realizava trabalho algum, mas agora dá novo sentido o domingo ao cristão, pois o seu mestre ressurge glorioso da morte no domingo.

O Ressuscitado saúda com a paz. Isto é o Senhor traz a paz ao seu povo sofrido, oprimido, medroso e com a paz, a esperança, o amor e as alegrias de uma nova etapa de vida.

Mostra seu lado transpassado e as suas mãos chagadas pelos pregos para que realmente crescem que ele é o Senhor, o vencedor que triunfou sobre a morte, venceu a última inimiga a ser derrotada pelo Cristo.

Sopra sobre eles a graça do Espírito Santo, dando forças, destemor para a proclamação e anúncio da Palavra e do Reino de Deus, concede a eles o perdão dos pecados, contudo, não os obrigando a perdoar, impondo como condição perdoar pra ser perdoado, não perdoando não obterão o perdão, mão de via dupla.

Os discípulos ficaram admirados e contaram ao outro companheiro que não estava com eles que tinham visto o Senhor, a incredulidade de Tomé, porém, o cegou na fé e não o deixou realmente ver e sentir a presença do Senhor ressuscitado no meio dele.

Precisou assim desafiar o Senhor para que se pusesse no meio dele e assim para que realmente constatasse e comprovasse que era Jesus vivo tocando em seu corpo e nas suas chagas e machucaduras.

O Senhor novamente aparece a eles no oitavo dia, isto é pelo calendário novamente no primeiro dia da semana, isto é, num domingo, saudando-os novamente com a paz e pedindo para que Tomé o tocasse e visse que Ele realmente é o Senhor.

Diz Jesus que Tomé acreditou porque viu e mais que isso tocou, que felizes somos nós se crermos e acreditamos Nele, em sua presença real, no irmão, na natureza, na eucaristia, no sacerdote, na sua igreja reunida, em todos os lugares, dentro de nós mesmos, mesmo sem termos tocado Nele ou o visto pessoalmente.

A fé consiste nisso num crer sem ver, num crer sem tocar ou manipular naquilo que cremos, o mistério real que temos em nossas paróquias todos os finais de semana, especialmente no domingo celebramos este Senhor vivo e presente ressuscitado e misericordioso em nosso meio.

Quando cremos verdadeiramente em Jesus, que é o Filho de Deus, vivo, presente e ressuscitado, que veio para nos salvar e libertar ganhamos a vida eterna Nele e por meio dele a Eternidade Feliz, junto aos anjos, santos e santas.

Neste dia também além de lembrar da imensa misericórdia do coração do Senhor a cada ser humano, ao perdoar, relevar nossas faltas, delitos e pecados, é dia de festa na igreja ao celebrar e comemorar também a beatificação do nobre papa João Paulo II. Homem este que percorreu várias vezes o mundo levando a mensagem do amor de Deus, a bondade e a misericórdia do Senhor e que deu grande contribuição a nós enquanto fiéis, Igreja do Senhor aqui nesta terra.

Possamos todos juntos dizer confiantes e com fé: Jesus Misericordioso, eu confio em vós! E Beato João Paulo II, rogai por nós!

Abençoai-nos o Deus Todo Poderoso. Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

Diógenes Guedes.

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