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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

As parábolas da minha vida


O ensinamento transmitido através das coisas simples da vida

Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia.
E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas… (Mc 4,1-2a) 

Este texto que abre o capítulo 4 do Evangelho de São Marcos é o início da parábola do semeador, tão conhecida por nós. 

Nessa parábola Jesus compara o anúncio da Palavra ao semeador que sai a espalhar suas sementes no campo (Um homem saiu a semear…v.4); compara a maneira com que as pessoas recebem essa Palavra aos diferentes terrenos nos quais a semente é lançada pelo homem do campo (O semeador semeia a palavra… v.14). 

Assim Jesus fez por diversas vezes: E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas…
Mas o que é a Parábola? 

A parábola é um tipo de comparação, pois se utiliza de imagens da realidade para expressar uma outra realidade mais profunda. 

Quando Jesus usa esse recurso é porque quer explicar algo, ele quer ir além daquilo que as imagens por ele apresentadas evocam. E desse modo, usa essas imagens (semeador, campo, semente, espinhos, pedras…) para, a partir delas, transmitir seu ensinamento sobre o anúncio da Palavra, sobre o Reino dos Céus, para questionar a realidade…
Mas afinal, por que Jesus ensinava em parábolas? 

Porque essas comparações eram sempre feitas com coisas concretas do cotidiano dos seus ouvintes. Por exemplo: uma família que morava no campo, pobre e sem instrução poderia entender perfeitamente: “O Semeador semeia a Palavra”, “O reino de Deus é como um grão de mostarda”, “O reino de Deus é como um fermento”… . Essas imagens eram fixadas a tal ponto que, depois que a pessoa tivesse contato com a semente, com um semeador, um grão de mostarda ou visse sua árvore, lembraria das palavras de Jesus, e, principalmente, faria essa ligação entre o cotidiano e as verdades reveladas pelo mestre e entenderia seu ensinamento. 

Precisamos nos lembrar que na época de Jesus ainda não havia o hábito de se tomar nota das palavras dele. Seu ensinamento era transmitido oralmente e assim repassado às gerações seguintes. Numa cultura em que a oralidade era a forma mais usada para a transmissão do conhecimento, a fixação do ensino através de imagens, símbolos e situações era muito importante nesse processo. 

Desta forma, a parábola tinha ligação muito concreta com a vida diária dos ouvintes de Jesus.
Aprender um pouco mais sobre as parábolas pode, neste mês da Bíblia, nos ajudar a entendermos melhor estes textos presentes no Evangelho e nos animar a lê-los e a nos instruirmos com eles mais frequentemente. 

Mas, sobretudo, no contato com a Bíblia, podemos compreender que o nosso cotidiano é matéria-prima para Jesus ensinar as verdades sobrenaturais. Devemos nos atentar para isso. Ensinado por parábolas, Jesus nos mostra que a nossa vida cotidiana e nossa vida espiritual estão atreladas. Precisamos aprender mais essa verdade com Jesus! E também utilizarmos da nossa vida diária para ouvirmos e entendermos melhor o que Jesus nos fala. 

Que nossa vida seja uma parábola: um lugar onde olhamos para as coisas concretas que vemos e conhecemos, e dali retirarmos as inspirações e os ensinamentos divinos. Divinizemos nosso dia-a-dia! 


Santo Agostinho nos diz que quem não é espiritual na carne, torna-se carnal até no espírito.
Que neste mês da Bíblia, experimentemos na sua leitura, esse Verbo Divino que faz da nossa vida cotidiana um espaço privilegiado para ouvirmos a sua voz e a transmitirmos aos outros.
Que Deus nos abençoe! 

(Fonte – Canção Nova)

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