No Tempo Pascal nós lemos o livro dos Atos dos Apóstolos, como a primeira leitura da Missa semanal e dos Domingos Festivos. O tempo Pascal nos coloca diante do mistério do Cristo Ressuscitado dos mortos, do Cristo vencedor da morte e do pecado, que nos convida a contemplarmos a sua vitória, que é a vitória de todos aqueles que são cristãos: configurados no Cristo pela sua morte e gloriosa ressurreição. Assim nos é preparada a possibilidade, se vivermos o mandamento novo, o amor a Deus e aos irmãos, para sermos dignos de termos o mesmo destino do Cristo Ressuscitado, a vida eterna.
Por isso quatro são as características dos seguidores de Cristo, que são todos os batizados, e que se intitulam de cristãos:
- Permanecer na Doutrina dos apóstolos;
- A comunhão fraterna;
- A fração do pão;
- A oração.
Neste sentido nos ensina a leitura de At 2, 42: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações”.
Neste sentido gostaria de trazer um fio condutor para estes cinqüenta dias que vão desde a Vigília Pascal até a Festa de Pentecostes:
1. Seguir os ensinamentos dos Apóstolos. Os Apóstolos dão testemunho do que viram, do que ouviram e do que testemunharam do Cristo. Jesus passou a sua vida neste mundo fazendo o bem, curando os doentes, concedendo a vista ao cego, curando o coxo, extirpando a lepra, retornando a vida anterior a Lázaro, o morto; e pregando a misericórdia e o perdão dos pecados, pela adesão ao seu Evangelho. Os apóstolos dão ao mundo testemunho destas verdades e nos pedem uma adesão profunda ao que Cristo nos deixou: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Cf. Jo 13, 34). Assim “Ao mesmo tempo, Cristo confiava-lhes ainda a missão e o poder de explicarem com autoridade aquilo que ele havia ensinado, suas palavras e seus atos, bem como seus sinais e seus mandamentos. E dava-lhes o Espírito Santo, a fim de realizarem tal missão” (Cf. Catechesi Tradendae nº 1). Não um amor individualista ou orgulhoso, nem muito menos de auto-suficiência. Nós devemos amar aqueles que nos perseguem; aqueles que nos caluniam; aqueles que são pedra de tropeço no nosso caminho. Amar sem limites, amar por caridade e reconhecer no outro, no próximo, o próprio Cristo.
2. Comunhão fraterna: a comunhão fraterna é a nota fundamental dos cristãos. Nós não podemos ser seguidores de Cristo sozinhos, isolados, como nos diz o saudoso Papa Paulo VI : “Evangelizar não é um ato individual e isolado, ma profundamente eclesial. Nenhum evangelizador é senhor absoluto de sua ação evangelizadora...mas deve estar em comunhão com a Igreja e seus pastores” (Cf. Evangelii Nuntiandi nº 60). Estamos inseridos dentro de uma comunidade, chamada comunidade eclesial, a Igreja, na qual somos chamados a partilhar e colocar tudo em comum, os nossos dons, as nossas alegrias, as nossas esperanças, e, também, as nossas dificuldades. A comunhão fraterna é colocar nossos dons em comum: “Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum.Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação”(Cf. At, 2, 44-47).
3. A fração do pão. Pela Eucaristia nós nos encontramos verdadeiramente como irmãos em Cristo. A Eucaristia é aquele dom maior que Cristo nos deu na Quinta-feira Santa, ao instituir o mandamento novo do amor, como nos fala o Documento de Aparecida: “Essa realidade se faz presente em nossa vida por obra do Espírito Santo, o qual também nos ilumina e vivifica através dos sacramentos. Em virtude do Batismo e da Confirmação, somos chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo e entramos na comunhão trinitária da Igreja. Esta tem seu ponto alto na Eucaristia, que é princípio e projeto da missão do cristão” (Cf. DA 153), e ainda: “Assim, pois, a Santíssima Eucaristia conduz a iniciação cristã à sua plenitude e é como o centro e fim de toda a vida sacramental” (Cf. Sacrossantum Concilium nº 17). Só aqueles que amam e acolhem o diferente, do santo ao pecador, podem participar do banquete nupcial do Cordeiro. Não a celebração ritual da Páscoa judaica, em que se sacrificava o cordeiro novo, sem defeito, e untava as portas de sua casa, para que o anjo exterminador não matasse o primogênito. Mas o Cordeiro novo, que morre para nos vida, o Cordeiro de Deus, Jesus, redivido, que tirou e tira todo o pecado do mundo pela sua ressurreição (Cf. Jo 1, 29).
4. A oração. Todos nós sabemos que Jesus nos deixou uma única oração: o PAI-NOSSO. No Pai Nosso nós rezamos ao Pai que está nos céus, por quem queremos declarar que o seu nome é santificado, pedindo que venha o seu reino e que não seja feita a minha vontade, mas a vontade Dele, o Redentor e Salvador, na terra e no céu. O pão nosso de cada dia que hoje nos daí, nos ajuda a perdoar as nossas ofensas, da mesma maneira como nós devemos perdoar a quem nos ofende, a quem nos persegue, a quem nos machuca no corpo e na alma. Uma oração que nos ajuda a fugir do pecado e do mal e nos livra da tentação e do tentador, o inimigo, que bate a nossa porta.
Que estas quatro notas características de Jesus nos ensinem a sermos verdadeiramente autênticos discípulos-missionários de Jesus Ressuscitado, fazendo de nossa vida, como a Páscoa e o mistério cristão, um grande domingo, o dia do Senhor, para o qual nossos esforços, nossa vida e no agir sempre se voltam, “porque não sou eu que vivo, é o Cristo que vive em mim”(Cf. Gl 2,20), Amém!
Pe. Wagner Augusto Portugal.
Vigário Judicial da Arquidiocese de Juiz de Fora(MG)
(Fonte – www.catequisar.com.br)
JESUS RESSUSCITOU ALELUIA! DESEJO A VC E A TODOS OS LEITORES DESTE BLOG UMA FELIZ PÁSCOA, FELIZ ENCONTRO COM O CRISTO RESSUSCITADO!
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