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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Amizades traumáticas


Uma real amizade pode ser causadora de uma ferida interior?
Estar envolvido em relações superficiais e vazias não tem sido algo agradável para nós. Mesmo assim, também podemos tocar em relacionamentos profundos e frutíferos. Mas a pergunta é: Uma real amizade pode ser causadora de um trauma, de uma ferida interior?
Trazemos em nossa essência a fraternidade, somos fraternos por natureza, de maneira que o relacionar-se é necessário. Já na criação da humanidade o Senhor quis que fosse dessa forma.
A presença divina, que é encontrada no outro, não nos permite imaginar que, um dia, aquele com quem convivemos possa vir a ser causa de mágoas e ressentimentos para nós. Muitas vezes, não conseguimos vislumbrar as limitações em uma pessoa repleta de capacidades. A presença de Deus, de fato, é palpável e visível no amigo, o amigo é presença. A ponto de – aos olhos humanos – não se perceber a real e próxima possibilidade do erro, causador de toda decepção e dor. Como doem as feridas causadas por aquele que deveria ser presença de Deus na nossa trajetória! Aquele que, de certa forma, completaria nossa existência, agora não é mais presença.
O caminho percorrido em busca do conhecer, marcado pelas alegrias e lágrimas divididas, quando vivido de forma errada, faz facilmente frutificar no nosso interior um grande e destruidor sentimento de posse. A realidade que antes era um lindo presente de Deus, agora é motivo de destruição. Faltou maturidade e equilíbrio. Deixamo-nos tomar pelas carências, desvirtuando-nos assim não somente da verdade, que nos foi dada, mas também daquilo que nos é sagrado. A destruição interior é decorrente do sentimento de perda de algo nunca pertencido, e a presença do amigo se torna um peso impossível de ser sustentado.
A cura de todos os traumas – causados pela escravidão criada pela forma errônea com que encaramos a amizade – nasce do coração amoroso de Jesus. Do coração do Senhor dos relacionamentos saudáveis brota toda fonte de vida de que necessita uma relação. N’Ele, encontramos toda coerência, equilíbrio, responsabilidade e desejo de cuidar. É do coração do Mestre que vem toda verdade evangélica e fundamento das relações: “Amai-vos uns aos outros como a si mesmo”.
O mergulho em Deus nos remete imediatamente a um mergulho em nós mesmos, surgindo assim, de forma clara, a possibilidade e a graça de apresentar a Jesus as verdades próprias de uma história marcada por fatos nem sempre positivos e por realidades que, muitas vezes, impedem o homem de desfrutar o tesouro que é o amigo.
Tocar na reconstrução realizada por Deus no próprio interior é uma experiência sublime e única. Sentir concretamente a retirada das nossas amarras, olhar para o amigo e não mais ser consumido pela posse, é sem dúvida, algo divino. Uma vez trilhando o caminho da reedificação, poderemos colher do coração de Deus toda a alegria cotidiana que nos é reservada.
Dentro da nossa existência temporal, somos chamados a reconstruir nossos relacionamentos.
Que Deus nos abençoe.
Vitor Leal
vitorleal@geracaophn.com
(Fonte - Canção Nova)

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